Wow!
Falar sobre Burning Man com quem nunca lá esteve é como tentar discutir com um cego o que é a cor vermelha. O que é o vermelho, o azul, o amarelo? O que é isso que chamamos de realidade, o que chamamos de trabalho, de relacionamentos, de direito e dever, de viver em sociedade?
Burning Man é, acima de tudo, um estado da mente. É, segundo definição que me pareceu bastante próxima à realidade do fenômeno: “an annual celebration of radical self-expression”. Mas para os que pouco ou nada ouviram falar deste incrível festival vai aqui uma tentativa de explicá-lo:
Cerca de 50 mil pessoas de todo o mundo, desde crianças, apesar de não muitas, até respeitáveis senhores e senhoras, reunem-se no deserto de Nevada anualmente na superfície de um lago seco cercado por uma cadeia montanhosa. Durante sete dias o Black Rock Desert transforma-se em Black Rock City, cidade que nasce em forma de ferradura nesta paisagem plácida e sublime. O primeiro Burning Man aconteceu em 1986 e acreditem, conheci burners que já estavam em sua 15ª edição consecutiva do evento. Não me surpreenderia encontrar alguém que foi em todas as edições. Não se trata de um festival de música mas essencialmente de uma grande festa para a expressão, interpretação e comunicação pela arte.
A arte aqui assume a forma de carros mutantes (às vezes pequenos até mesmo para uma pessoa ou grandes o suficiente para levar dezenas), bicicletas customizadas, acampamentos temáticos, esculturas de 10 metros de altura, instalações, templos, praças. O fogo é um elemento sempre presente, seja em fontes de água em estranha combustão, em pêndulos sobre pólvora que queima verde ou em dezenas de lança chamas instalados em carros ou esculturas. As maiores peças de arte, no entanto, são as pessoas que engajam-se no espírito de Burning Man.